I)
A MORTE E OS ESTADOS
INTERMEDIÁRIOS
A)
Conceitos sobre a
Morte
A morte é e pode ser conceituada de várias
formas diferentes. Aqui, colocamos alguns conceitos que, muitas vezes, ouvimos
e que são muito difundidos no nosso meio.
1) A morte é a separação entre a alma e o
corpo.
2) A morte é a saída da alma do corpo humano.
3) A morte é o acontecimento que é marcado pela
paragem cardíaca e de todas as funções vitais de forma definitiva.
4) A morte é a transição da vida física para a
vida espiritual.
5) A morte é a transição da vida terrestre para
outra vida.
6) A morte é a partida para melhor ou para o
pior dependendo da conduta de cada um.
B)
O que a Bíblia ensina
sobre a morte
Em vários textos a Bíblia fala sobre a morte.
A Palavra de Deus ensina sobre a brevidade da vida (Jó 7:6-7; Salmos 90: 10;
103: 15-16) e mais ainda. Eis aqui algumas coisas que a Bíblia ensina sobre a
morte:
1)
A origem da morte
A Bíblia nos ensina
que a morte foi introduzida no mundo pelo pecado e como castigo para o mesmo.
Deus havia advertido o homem que no dia que comesse do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal, certamente morreria. (Gênesis 2: 17; 3: 19;
Romanos 5: 12, 17).
2)
A relação da morte
com o pecado
A morte entrou no
mundo por causa do pecado (Gênesis. 2: 17; 3: 19). E a Bíblia ainda diz que o
salário do pecado é a morte (Romanos 6: 23; Tiago. 1: 15).
3)
A iminência da morte
A Bíblia ensina que
ninguém tem armas para lutar contra a morte e que a morte está reservada para
os homens (Eclesiastes 8: 8; Hebreus 9: 27).
4)
A reação correta dos
crentes diante da morte
A Bíblia ensina que a
reação do crente diante da morte não deve ser como a do descrente (1 Tessalonicenses
4: 13 - 18). O crente não deve se desesperar e nem entrar em pânico por causa
da morte.
C)
Será que a alma morre
junto com o corpo?
Existem,
pelo menos, três exemplos claros, no Novo Testamento, onde a palavra psyche
é usada para designar o aspecto do homem que continua a existir após a morte. O
primeiro deles encontra-se em Mateus 10: 28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma (psyché); temei antes aquele que pode
fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. O que Jesus diz é que
existe algo seu que, aqueles que o mataram, não podem tocar. Este algo tem de
ser um aspecto do homem que continua a existir após a morte do corpo.
Dois
exemplos mais deste uso da palavra são encontrados no livro de Apocalipse: “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo
do altar as almas (psychés)
daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do
testemunho que sustentavam”(6: 9); “Vi
ainda as almas (psychés) dos
decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de
Deus” (20: 4). Em nenhuma destas duas passagens a palavra “alma” pode se
referir a pessoas que ainda estejam vivendo na terra. A referência é claramente
a mártires assassinados; a palavra “alma” é usada para descrever aquele
aspecto dos mártires que ainda existe após seus corpos terem sido cruelmente
abatidos.
D)
A morte na Bíblia
A Bíblia tem muito a falar sobre a morte,
porém não nos fornece muitos detalhes sobre o que acontece na hora da morte e
sobre a vida pós-morte.
No Antigo Testamento, temos várias declarações
sobre a brevidade e a fragilidade da vida. Jó, em aflição, disse: “Os meus dias são mais velozes do que a
lançadeira do tecelão e se findam sem esperança. Lembra-te de que a minha vida
é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem” (Jó 7: 6-7). Davi falou
da morte como “o caminho de todos os
mortais” (1 Reis 2: 2) e do curto período de vida: “Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo,
assim ele floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece, e não conhecerá,
daí em diante, o seu lugar” (Salmos 103: 15, 16).
No entanto, os escritores sagrados davam
ênfase à vida como um dom de Deus que deve ser desfrutado juntamente com suas
bênçãos. Antes de o povo de Israel entrar na terra prometida, Moisés
estabeleceu que a obediência resultaria em benção e vida, e a desobediência em
morte e destruição (Deuteronômio 30: 15-20). Uma vida prolongada era
considerada como uma benção de Deus: “Dar-lhe-ei
abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação” (Salmos 91: 16).
E)
Os tipos de mortes na
Bíblia
Nas escrituras encontramos três tipos de
morte: a física, a espiritual e a segunda morte ou morte
eterna. As duas primeiras são consequências do pecado, pois todos pecaram
(Gênesis 2: 7; 3: 19-23; Romanos 3: 23; 5: 12; 6: 23). A última é uma opção,
pois Deus providenciou um meio pelo qual o homem pudesse passar da morte para a
vida, como está escrito: “Em verdade, em
verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a
vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida” (João
5: 24).
1)
Morte Física
Ocorre quando a alma, (alma e espírito) se separa do corpo, ao mesmo tempo em que sucede a transição
do mundo visível para o invisível.
Para alguns grupos religiosos, a morte é o
fim de todas as coisas, não existindo nada depois desse fato. Para o cristão, a
morte determina sua entrada no paraíso, na presença de Jesus Cristo, como
escreveu o apóstolo Paulo: “Sabemos que,
se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus
um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Entretanto, estamos em
plena confiança, preferindo e deixar este corpo e habitar com o Senhor” (2
Coríntios 5: 1, 8). Da mesma forma, a morte para o incrédulo é sua entrada no Hades (Lucas 16: 22-23; Mateus 10: 28;
Apocalipse 20: 13).
A morte física não determina o fim da
existência, mas apenas estabelece uma mudança de estado, ou seja, do material
para o espiritual. Ainda que todos os homens morram fisicamente, a redenção por
meio de Cristo livra o ser humano do poder da morte, como está escrito: “ e manifestada, agora, pelo aparecimento de
nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz
a vida e a imortalidade, mediante o evangelho,” (2 Timóteo 1: 10).
2)
Morte Espiritual
Deus ordenou a Adão: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da arvore do
conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela
comeres, certamente morrerás”. Adão desobedeceu, porém continuou vivo. A
consequência direta do pecado de Adão foi a morte espiritual, que é a separação
do espírito em relação a Deus (Gênesis 2: 16, 17). Todos os descendentes de
Adão nascem espiritualmente mortos em seus delitos e pecados (Efésios 2: 1).
Quando um indivíduo reconhece seu estado de alienação, arrepende-se de seus
pecados e entrega-se a Cristo por meio da fé, ele passa da “morte para a vida”
(1 João 3: 14).
Fisicamente, Adão morreu com 930 anos
(Gênesis 5: 5). Logo, a palavra morte pode ser empregada como separação e, esta
separação de Deus ocorreu naquele mesmo dia. Esta morte é a que tem passado a
toda a humanidade. Vejamos o emprego da palavra “morte” no sentido da separação espiritual de Deus:
“Replicou-lhe,
porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mateus 8: 22).
“porque
este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado...” (Lucas 15: 24)
“Ele vos
deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,” (Efésios 2: 1)
“e estando
nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça
sois salvos,”
(Efésios 2: 5).
“entretanto,
a que se entrega aos prazeres, mesmo viva, está morta” (1 Timóteo 5: 6).
“Nós
sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele
que não ama permanece na morte” (1 João 3: 14).
“... Conheço
as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” (Apocalipse 3: 1b).
3)
Morte Eterna
Depois da morte
física, existem dois caminhos: os que aceitaram o plano de Deus receberão a
vida eterna, porém aqueles que não se arrependeram de seus pecados entram na
segunda morte, a eterna. Tiago refere-se a esta morte ao dizer: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar
da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converter o pecador do
seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados”
(Tiago 5: 19-20). A morte da qual se referiu Tiago não é a morte física, pois
muitos cristãos já a experimentaram, entretanto ele estava falando sobre a
segunda morte.
Diferentemente do que
muitos dizem, a Bíblia deixa evidente que depois da morte não há uma cessação
da existência, visto que as escrituras predizem uma ressurreição dos injustos
assim como dos justos e uma segunda morte, no caso do ímpio. Os seguintes
textos das escrituras confirmam tal entendimento:
“... tendo esperança em Deus, como também estes a têm, de
que haverá ressurreição, tanto de justos
como de injustos”
(Atos 24: 15).
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: O
vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte” (Apocalipse 2: 11).
“Então, a morte e o inferno foram lançados no lago de Fogo. Esta é a
segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da
Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Apocalipse 20: 14-15).
“Mas, quanto aos tímidos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos
fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idolatras e a todos os mentirosos, a sua
parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”
(Apocalipse 21: 8).
F)
Estado Intermediário
O estado
intermediário é o período que transcorre entre a morte e a ressurreição. As
Escrituras deixam evidente que os mortos permanecem conscientes, tanto justos
quanto ímpios, antes da ressurreição. No estado intermediário a alma (alma e
espírito) não possui corpo, embora este estado seja de regozijo consciente dos
justos e de sofrimento consciente dos ímpios.
Há diferenciação
entre o estado intermediário dos ímpios e dos justos, conforme poderemos
observar.
Existem algumas teorias muito difundidas sobre
o que acontece após a morte, eis aqui algumas delas:
1) A
doutrina católica: na tentativa de responder a este problema, a Igreja Católica
formulou uma teologia baseada em três lugares diferentes:
a) O
Purgatório: segundo a Teologia Católica Romana, as almas dos que vivem de
forma perfeita quando morrem são logo admitidos ao céu, mas aqueles que não são
perfeitamente purificados precisam sujeitar-se a um processo de purificação
antes de entrarem no céu. E o lugar desta suposta purificação é o purgatório, onde
as almas são oprimidas e sofrem dores reais. A permanência neste lugar depende
da necessidade de cada um e também das boas obras e orações dos fiéis ainda em
vida.
b) O Limbus
Patrum: segundo o entendimento deles, este é o lugar onde as almas dos santos
da antiga aliança ficavam detidas esperando a ressurreição de Cristo.
Acredita-se que após a morte de Jesus, ele desceu ao hades e libertou os santos
que lá se encontravam levando-os em triunfo para o céu.
c) O
Limbus infantum: a Teologia Católica ensina que este é o lugar aonde as
almas das crianças, não batizadas, vão após a morte, independentemente, dos
pais delas serem cristãos ou não. Não há consenso no meio católico quanto a
este assunto, mas em geral acredita-se que neste lugar não existe sofrimento
nenhum. Não existem respaldos ou bases bíblicas para esta doutrina.
2) A
doutrina do Sono da Alma: algumas religiões e seitas afirmam que depois da
morte a alma humana não morre, mas ela entra em um estado de repouso ou sono
inconsciente, ou seja, a alma neste estado não reconhece e nem sabe de nada
sobre si mesma, ela fica totalmente inconsciente neste estado. Os proponentes e
expoentes desta doutrina apóiam-se em alguns textos da Bíblia que falam da
morte como sono, daí inferem que a alma fica inconsciente. Mas através de uma
leitura apurada da Bíblia podemos notar que as Escrituras ensinam o contrário:
Lucas 16: 19-31; 23: 43; Atos 7: 59; 2 Coríntios 5: 8; Filipenses 1: 23; Apocalipse
6: 9; 7: 9; 20: 4.
3) A
doutrina do aniquilamento: esta doutrina ensina que o homem foi criado
imortal, mas que os que continuam no pecado, Deus soberanamente os priva do dom
da imortalidade e os destrói completamente.
4) A
doutrina da imortalidade condicional: esta doutrina diz que a imortalidade
não é natural do homem, mas é um dom de Deus em Cristo para os que creem. Ou
seja, as almas que não recebem Jesus elas não são imortais, elas morrem junto
com o corpo.
5)
A doutrina do
aprendizado: nesta
doutrina acredita-se que depois da morte todas as almas (boas e más) vão para
um lugar onde aprendem mais sobre a vida, o universo e sobre a própria alma.
6)
A doutrina da
evolução da alma: é
a doutrina que ensina que as almas evoluem para um outro estado após a morte.
7)
A doutrina angelical:
nesta
doutrina acredita-se que após a morte as almas boas se tornam anjos do bem e as
más se tornam anjos do mal.
8) A
doutrina da reencarnação ilimitada: este pensamento herege ensina e prega
que todas as almas depois da morte ficam em um estado intermediário aguardando
uma nova encarnação em um novo e outro corpo. E assim por diante, sempre que a
alguém morre ela reencarna em outro corpo, isto, para reparar os seus erros
passados nas vidas passadas.
9) A
doutrina da reencarnação limitada: esta doutrina ensina que as almas, após
a morte, reencarnam somente algumas vezes e depois disto são desativadas e não
mais voltam à terra.
10) A
doutrina da reencarnação imediata: ensina-se nesta doutrina que quando
alguém morre a sua alma imediatamente entram em um corpo que ainda está no
ventre da mãe.
11) A
posição reformada: a teologia dos reformadores deixou-nos como tradição a
crença em uma existência após a morte. Os crentes vão para o lugar de repouso e
de paz na presença do Senhor (2 Coríntios 5: 1, 8; Filipenses. 1: 23; Lucas 16:
22-23; 23: 43) e os descrentes vão para um lugar de tormento (Lucas 16: 22-23;
Mateus 10: 28; Apocalipse 20: 13).
G)
A Morte dos ímpios
Há muitas
interpretações relacionadas ao lugar dos mortos, tanto dos justos quanto dos
ímpios, principalmente, com relação à tradução dos termos “sheol” e “hades”.
1) No Antigo Testamento,
o lugar da vida após a morte para o ímpio é, na grande maioria das vezes,
chamado de “sheol”, traduzido em
algumas Bíblias por “inferno” ou “sepultura”. Também é identificado pela
palavra “abaddon”, “o lugar da
destruição”, como em Jó 26: 6 (abismo); 31: 12 (destruição); Salmos 88: 11
(sepultura); Provérbios 27: 20 (inferno, abismo), e também pelo vocábulo “bor”, “abismo”, “cova”, literalmente uma
“cisterna”.
2) Algumas seitas como as Testemunhas de Jeová,
os Adventistas do Sétimo Dia e os Espíritas Kardecistas, bem como alguns
autores cristãos, defendem a ideia de que a palavra “sheol” significa “sepultura”. Três passagens das escrituras são
usadas para defender tal posição: Salmos 6: 5 (sepultura); 115: 17-18 (região
de silêncio) e Isaias 38: 17-19 (sepultura). Esta concepção não prevalece
diante dos vários textos das Escrituras que se referem a tal termo.
3) Frequentemente, “sheol” é descrito como um abismo que faz contraste com as alturas
dos céus (Jó 11: 8; Salmos 139: 8; Amós 9: 2). Muitas vezes faz referência ao
furor, cólera ou ira de Deus (Jó 14: 13; Salmos 6: 1,5; 88: 3,7; 89: 46, 48). Outras
vezes, refere-se tanto à ira quanto ao fogo: “Porque um fogo se acendeu no meu furor, e arderá até ao mais profundo
do inferno, consumirá a terra e suas
messes, e abrasará os fundamentos dos montes” (Deuteronômio 32: 22).
4) Quando os escritores do Novo Testamento
fizeram alusão ao texto do Antigo Testamento, que especificamente fala do “sheol”, traduziram pela palavra grega “hades”, “o qual não é visto como um
lugar indeterminado de que falam gregos pagãos, mas como um lugar de punição.
São vários os textos que indicam que o “sheol”
pode ser um lugar de punição dos ímpios: Números 16: 23-32; Salmos 9: 17;
55: 15; 88: 1-4, 7; Provérbios 9: 13 – 18
H)
A morte dos justos
Para os judeus, tanto
os justos quanto os ímpios iam para o sheol,
devido ao fato de Jacó, em luto, ter dito desceria ao sheol.
No Novo Testamento, o
destino final dos seres humanos torna-se mais claro. Jesus, em Lucas 16: 10-31,
conta sobre um homem rico que se vestia esplendidamente e todos os dias se
regalava com um farto banquete. À sua porta havia um mendigo, de nome Lázaro,
coberto de feridas, que desejava comer os restos da comida que caíam da mesa do
rico. Além disso, os cães lambiam-lhe as chagas, o que o tornava impuro segundo
a Lei. Nessa situação, Lázaro tinha uma coisa a seu favor: seu nome, que
significa “Deus é minha ajuda”, uma indicação de que, apesar de tudo, ele mantinha
sua fé em Deus.
Ambos morreram, e
Lázaro foi levado ao “seio de Abraão” (no sheol)
– ao que tudo demonstra um lugar de bênçãos, pois ali foi confortado. O homem
rico, após a morte, achou-se em sofrimento no fogo do hades, porém um “lugar de tormento”. Neste local, quando abriu os
olhos, viu Abraão e Lázaro “ao longe” e imediatamente suplicou por ajuda.
Abraão disse: “Filho, lembra-te de que
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, igualmente, os males; agora, porém,
aqui ele está consolado, e tu, em tormentos. E, além disso, está posto um
grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós
não podem, nem os de lá passar para nós.” (Lucas 16: 25-26).
A conclusão que advêm
desse texto é que:
1) Depois da morte segue-se o destino tanto do
ímpio quanto do justo, nada podendo ser alterado.
2) O destino da vida eterna, com Deus ou sem
Deus, é decidido em vida. Hoje quem morre com Cristo vai direto para o paraíso
e sem Ele para o hades no lugar de
tormento. Os escritores inspirados
também escreveram sobre a habitação do justo: Salmos 73: 24; Provérbios 15: 24;
João 14: 3; Lucas 23: 43; 2 Coríntios 5: 1 – 8; Filipenses 1: 23; Apocalipse
14: 13
Depois da
ressurreição de Jesus, tudo é mudado. A morada dos justos é transferida do sheol
(seio de Abraão) para o
paraíso, que se encontra no terceiro céu, como disse o apostolo Paulo: “Conheço um homem em cristo que, há catorze
anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus sabe), foi
arrebatado até ao terceiro céu... foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras
inefáveis, de que ao homem não é lícito falar” (2 Coríntios 12: 1,4).
Na cruz Jesus disse
ao ladrão agonizante: “Em verdade te digo
que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23: 43).
Baseando-se neste
trecho das Escrituras, com relação ao lugar dos mortos tanto dos justos quanto dos
ímpios, pode-se entender que hades
(grego) e sheol (hebraico) indicam,
simplesmente, “lugar dos mortos”; porque para a palavra “sepultura” é “queber” (hebraico) e “mnemeton”
(grego). No sheol ou hades encontram-se o “paraíso ou seio de
Abrahão” para onde iam os salvos do Velho Testamento até a ressurreição de
Cristo (Lucas 16: 22 – 43; Efésios 4: 7 – 11; Hebreus 2: 14, 15) e o “lugar de
tormento” (Mateus 16: 18, 23 – 25; Lucas 16: 19 – 31; Apocalipse 20: 11 – 16),
onde ficam, ainda hoje, os que não são salvos de todas as épocas. Entre esses
dois lugares existia um grande abismo (Lucas 16: 26). Ver desenho a seguir.
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